Nesta página você encontrará um pouco da nossa história e, antes de mais nada, vamos nos apresentar:
Olá! Eu sou a Clarice. Nunca liguei para pets, pois tínhamos muitos em casa, além da casa da minha avó onde eram criados patos, porcos, galinhas, cães, passarinhos, coelhos, etc e tal. Para mim, os gatos que minha mãe curtia e estudava por um viés indiano, eram nada mais que o óbvio dentro da casa, assim como os móveis, plantas, etc. Meu anor por esses animais tão especiais nasceu 8 anos atrás e nunca mais parou de crescer. Conheçam meu primeiro grande amor felino: Darky.
Minha mãe escolheu meu nome, Darky, de uma maneira especial que ela vai contar aqui. Embora eu já esteja no paraíso dos felinos, sei que sou parte importante da história que a minha mamãe quer contar para vocês. Fui muito amado e, embora algumas pessoas apontem o dedo e digam que quem deixa os gatos livres para ir e vir é gente má, a minha mãe aprendeu a me conhecer instintivamente, como uma verdadeira mãe felina, e entendeu que eu só seria feliz em total liberdade. Ela sabe o quanto eu fui feliz e eu sei o quanto ela me amou. Tanto que depois de uma mudança eu fiquei profundamente deprimido por não ter acesso ao mundo exterior e ela me trouxe um tesouro. O melhor presente que um gato poderia querer: uma gata esperta, de personalidade forte, carinhosa e amiga para todas as aventuras que as limitações dela permitia. Eu quero que a Fiona saiba que mesmo daqui de longe eu a amo muito!
Oiiii! Eu sou a Fiona e, além da minha mamãe, penso ser o fio condutor de tudo que ela vai contar aqui. Acho que no mundo de vocês chamam o meu papel de protagonista. Pois acho que sou isso daí. Vocês é que vão dizer enquanto leem a nossa história. E esse daí de baixo é o Gaspar, que a minha mãe escolheu ou, como dizem, ele (mesmo via foto no facebook) a escolheu.
E eu sou o Gaspar. Só entrei nessa história no dia 9 de novembro de 2012, mas acho que vou dar um bom pano pra manga, como vocês humanos dizem. A primeira coisa que a minha mamãe humana descobriu e vai contar pra vocês é que eu quebrei (com a ajuda da Fiona) alguns paradigmas da "técnica ideal de apresentação de dois gatos adultos". Ah, e vocês só vão saber mais de mim daqui a vários posts, já que cheguei por último. Mas, como é que dizem? Os últimos serão os primeiros? Primeiros de quê mesmo? Hahahaha!
O DARKY E EU
Sempre
achei gatos e cães de estimação umas gracinhas. Meu único sonho de consumo, mas
que sempre ficou no mundo da imaginação, era ter um pastor alemão. No entanto,
a minha realidade era bem prática e eu não queria cuidar de um ser vivo que não
fosse meu filho, não queria ter o trabalhão e as incomodações que animais de
estimação trazem para as nossas casas e vidas.
Pets eram bonitinhos na casa dos outros.
Não parei
para pensar muito na razão de, repentinamente, eu ter decidido ter um gato. E
teria que ser preto. A cor eu sei que foi influenciada pelas minhas leituras e
estudos literários na época, além de ser fascinada por tudo que é mal
interpretado pela sociedade, ignorante de tantas coisas que acredita saber. Era
o ano de 2004 e eu estava determinada a encontrar e adotar um gato preto. Procurei em sites,
mas encontrei onde buscar o Darky nas fotos divulgadas na frente de uma petshop
do Parque da Redenção. Ao chegar ao abrigo onde ele estava, descobri que havia
dois iguaizinhos. A pessoa que os apresentou para mim disse que o Darky tinha
sido apelidado de pestinha, pois não parava quieto nem mesmo para comer.
Brincava, corria e pulava e quando se dava conta de que tinham colocado comida
no prato, os outros gatinhos já tinham comido tudo e ele ficava morrendo de
fome. Fiquei observando aqueles bichinhos durante algum tempo e quando chegou a
hora de pegar um deles e levar para casa, peguei os dois irmãozinhos, um em
cada mão e os coloquei na altura do meu rosto.
O Darky espichou o pescocinho e tocou o meu nariz com o focinho, como
quem diz: eu quero ir contigo. E assim
foi até o dia em que ele morreu. Todas as noites, quando queria me dizer que
queria dormir grudado em mim debaixo das cobertas, ele colocava o focinho no
meu nariz e me acordava. Eu levantava as cobertas e voltávamos a dormir, sempre
abraçados. Sinto muita falta daquele
focinho geladinho e do calor do corpo dele.
Ainda não
gosto de falar na partida dele, mas conhecendo o meu gato como ninguém, eu
decidi deixá-lo livre para ir e vir, mesmo sabendo que as brigas em que se
metia poderiam ser fatais. E uma última, no início deste ano, foi mesmo fatal.
Quando descobri um foco de infecção, ele já estava muito mal. Não havia
ferimentos externos, ele disfarçou tudo que pode as dores e eu só notei que
havia algo muito errado quando ele parou de beber água. A partir daquele
momento só tive mais três dias com ele. A despedida foi muito difícil e triste
e eu passei duas semanas chorando, vendo ele pela casa, me olhando com os ‘olhos
redondos’, saindo da casa com o caminhar nobre que só ele tinha, com o rabo tão
em pé que parecia que ele queria fazer crescer mais para me mostrar o quanto me
amava e estava feliz por me ver chegando.
Depois que
o Darky morreu eu decidi que não adotaria um outro, pois o meu lado racional me
dizia que seria melhor e mais fácil para mim ficar só com a Fiona. Mas foi por
ela mesma que acabei, depois de muito relutar, buscando um companheiro felino.
Mas antes
de contar da chegada do Gaspar, quero contar a história da Fiona, com quem
aprendi e desenvolvi uma relação muito especial, principalmente depois que
ficamos somente nós duas.
NOSSA
PRINCESA FIONA
Dizem que
os gatos são elegantes, ‘posudos’, a
Fiona não. Maltratada quando ainda bebê,
ela ficou com uma sequela que impede que ela se locomova rapidamente em linha
reta. Mesmo assim ela é rápida, super
esperta e demonstra em todas as atitudes ser uma gatinha que sabe sobreviver.
Ao mesmo tempo ela é a felina mais amorosa e companheira que conheço. Ela me
entende pelo olhar e sempre digo a ela que é o maior e melhor presente que já
ganhei. Dias atrás comemoramos 4 anos de
convivência e lembrei que no dia 19 de dezembro de 2008, fui buscar a Fiona
como uma espécie de presente para o Darky, que andava deprimido desde julho,
quando fomos morar em apartamento. A
primeira vez que ela me viu, ficou apavorada e tentou se esconder, mas eu fui
até onde ela estava e conversei, tentei acalmá-la. Já dentro da caixa de
transporte, ela foi em silêncio, os olhinhos apavorados, enquanto eu dirigia
até em casa. Para que se acalmasse, coloquei a caixa ainda fechada sobre um
armário para que o Darky não se aproximasse. Mais tarde tentei fazer com que
saísse da caixa, mas ela se recusou. Para encurtar a história, a Fiona ‘morou’
naquela caixa durante exatos 30 dias. Na segunda noite depois da chegada, ouvi
uns passinhos durante a madrugada. Era ela indo sorrateiramente até a comida e
caixa de areia. Bem, pelo menos estava se alimentando!
No final
dos 30 dias, ao chegar em casa depois do trabalho, vi que o Darky e ela tinham
brigado, pois havia pelos por toda a sala do apartamento. Quando cheguei na
peça onde eu mantinha a caixa-casa da Fiona, estavam os dois juntos me
esperando. A partir dali, eu vivi com
dois felinos amigos inseparáveis, que se tornaram minhas duas grandes ‘paixões animais’.
Uma semana
depois que o Darky morreu, procurei uma clínica especializada em gatos porque
eu precisava entender o que estava acontecendo com a Fiona. OK, ela estava
deprimida e de luto pela perda do amigo-irmão, mas não era só isso. Eu sentia
que ela estava ficando doente, pois não parava de coçar o queixo ao ponto de
formar feridas que sangravam. Ela começou a vomitar com frequência e aquele
conjunto de sintomas me assustou. Como eu não sabia exatamente o que havia
matado o Darky, achei que ela poderia estar contaminada com alguma doença
fatal. Na Clínica do Gato conhecemos a Dra. Renata, que tratou a Fiona com uma
atenção e carinho que eu nunca tinha visto em uma veterinária. No final das
contas, descobrimos que a Fiona tinha uma alergia e que estava com vermes.
Fizemos todos os tratamentos necessários. Foram meses de medicamentos goela
abaixo e ela é tão querida, que acostumou com aquilo e nem fugia mais nos
horários de tomar os remédios. Ela se recuperou bem fisicamente, mas ainda
parecia meio deprimida. Passou a ficar muito grudada em mim e eu me sentia
culpada toda vez que saía de casa e a deixava sozinha. Tentei mais brinquedos
(hoje temos dezenas de bolinhas, uns 4 ratinhos diferentes, entre outros
badulaques que espalhei pela casa para tentar divertir a minha gatinha. Nada
adiantou. Tentei adotar um gatinho bebê, pois me disseram que talvez ela o ‘adotasse’.
Mas não rolou. O Feijão, um gatinho com 5 meses de idade, era um terrorzinho e
tentou disputar território com ela, incluindo a mim. Lá fui eu, aos prantos,
devolver o Feijão depois de 10 dias de tentativa de transformar ele e a Fiona
em bons amigos.
Eu já havia
desistido e me convencido de que a Fiona gostava de ficar sozinha. Mas no fundo
eu sabia que isso não era verdade. Seria ótimo se fosse somente ela agora, pois
em termos financeiros é bem mais barato cuidar de um único gato e em termos
práticos também é mais fácil. Mas acabei vendo a foto do Gaspar no Facebook.
Lindo! Senti que ele poderia ser o companheiro de que ela precisava. Depois de
uns dois dias pesando prós e contras de trazer um gato adulto para conviver com
ela, decidi que era hora. Já fazia um mês que um gato de rua aparecia aqui no
condomínio para visitar a Fiona, que não deixava ele ficar por perto, mas de
quem ela sentia falta quando ele não vinha. Neste período, eu ainda deixava ela
sair de dentro de casa, somente quando eu estava e podia manter controle dos
movimentos dela. Aos poucos, fui restringindo o acesso dela à rua. Primeiro,
coloquei uma rede de proteção em um vão que forma uma mini-varanda junto à
janela da sala. Coloquei dois vasos grandes com arvorezinhas para ela se sentir
meio à natureza e assim pude manter a janela da sala aberta o dia inteiro para que
ela pudesse entrar e sair à vontade. Quando faltava uma semana para o Gaspar
vir para casa, a Fiona não teve mais acesso livre à rua e agora é como se ela
nunca tivesse tido tal liberdade.
Como disse
a Dra.Renata uma vez: a Fiona é tudo de bom! E ela é.
Agora, noto
que ela tenta ser amiga do Gaspar. Aceita algumas brincadeiras dele e tenta ser
carinhosa, mas tendo vivido na rua, ele não sabe brincar de outra forma que não
seja agressiva e ela acaba se irritando e se afasta. Mas acredito que serão
grandes amigos e companheiros. E pelo
menos agora não me sinto culpada de deixá-la sozinha durante horas e horas em
casa. Um dos objetivos deste blog é contar
um pouco de como observo o comportamento dos gatos, enquanto leio sobre o
assunto e busco mais conhecimento para lidar com as nuances e complexidades dos
felinos. Vocês ainda lerão muito sobre
alguns ‘causos’ de Gaspar e Fiona.
GASPAR, AMOR À PRIMEIRA VISTA
Dizem que os gatos é
que nos escolhem, mas não em tempos de internet. Um dia vejo no Facebook, a
foto de um gato para doação. E lá estava ele, quase totalmente branco, com duas
manchas pretas na cabeça. Adorei e pensei se aquele poderia ser o novo
companheiro da Fiona. Eu já estava apaixonada só de ver a foto, mas será que
ela aceitaria dividir o espaço e a mamãe com ele? Passei dois dias pensando,
pesando prós e contras de adotar outro gato. Afinal, estávamos vivendo muito
bem somente nós duas, em nossa rotina confortável e com poucas despesas em
ração, medicamentos, visitas à clínica veterinária... mas eu sentia a Fiona
cada dia mais possessiva e dependente da minha presença, às vezes até
tristonha. Então decidi enviar um email para adotar o Gaspar. Dentro de alguns
dias, em 9 de novembro de 2012, ele chegou. Eu já tinha preparado um lugar para
ele ficar e fazer uma adaptação ideal, em etapas, entre os dois. Mas ambos
estragaram meus planos e tive que deixar o Gaspar explorar a casa já no segundo
dia. Na área de serviço, atrás de uma porta de vidro jateado, ele caminhava de
um lado para o outro e miava, cada vez que sentia a Fiona do outro lado. Ela
estava assustadíssima com aquela silhueta miante e saía correndo até que ele
calasse a boca. Enfim, mesmo torta, foi uma boa adaptação. Duas semanas depois,
eles estavam dormindo juntos e entre tapas e brincadeiras, foram se entendendo.
O Gaspar foi muito esperto e demonstrou habilidade social até conquistar a
confiança da amiga. Quanto a mim, ele demonstrou ser muito carinhoso e carente
nos primeiros dias, mas depois que se ambientou, o comportamento mudou um pouco
e de vez em quando ele me dava uma mordida enquanto acariciado, mas os detalhes
e alguns acontecimentos ilustrativos do comportamento felino e dos ajustes do
Gaspar aqui em casa, serão discutidos em outros posts do blog.
Quando completou 2
meses da chegada do Gaspar, ganhei meu primeiro Bom Dia com 2 lambidinhas,
ainda tímidas, na mão. Esse foi o maior gesto de carinho que o Gaspar poderia
ter feito para mim. Embora bem diferente do Darky e da Fiona, agora me sinto a
humana de um gato ‘normal’,pois ele é brincalhão, adora pedir colo, mas só
quando estou escrevendo no computador (como agora, que o laptop está quase
pendurado na ponta dos joelhos enquanto ele está deitado atravessado na frente)
e adora humanos. Quanto mais gente houver na casa, melhor para ele, que fica
experimentando colos diferentes. E por falar em gostar de gente, de companhia,
o Gaspar detesta ficar sozinho. Toda vez que se dá conta de que ficou sozinho
em uma parte da casa começa a miar desesperadamente, como se tivesse sido
abandonado. Isso, e outros detalhes, como ser bem educado quanto ao uso da caixa
de areia e a educação de não pedir comida quando sentamos à mesa, fazem com que
eu acredite que ele não tenha vivido durante um tempo muito longo no parque, ou
pelo menos que não nascido lá. Outro detalhe interessante é que ele não faz
questão de sair para a rua. Não facilito, claro, mas ele nunca se aproxima demais
da porta da rua quando alguém entra ou sai de casa. Já com 3 anos, ele é um gato muito bem educado
e saudável. Outra coisa que me faz pensar que ele já teve uma casa onde morar e
que não faz tanto tempo assim é o medo que tem de alguns tipos de sapatos.
Talvez alguém o chutasse.
Mas agora o Gaspar
tem um lar cheio de confortos e liberdade em todos os espaços, uma mamãe humana
que o ama, uma amiga felina, muitos brinquedos e proteção.
Tenho certeza de que
daqui para a frente seremos cada vez mais uma família humano-felina unida. O
Gaspar é o que de melhor poderia ter acontecido na minha vida e na vida da
Fiona, e no momento certo.
DAQUI PARA A FRENTE, as histórias interessantes, ilustrativas ou importantes com relação ao tema do comportamento felino, protagonizadas pela Fiona e pelo Gaspar, serão tópicos dos posts principais.
Também teremos uma galeria de fotos e vídeos, além da página de textos, poemas e músicas que têm o gato como tema e que vale a pena visitar de vez em quando.
Esperamos que o nosso blog continue sendo informativo, divertido e que sirva como um local para troca de experiências entre humanos amantes dos felinos.
Foi uma das coisas mais lindas que eu ja li e que voce escreveu, emocionante. nao para. besos neoqeav
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