quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

GATOS E SUAS HIERARQUIAS



Na natureza, os gatos podem conviver bem e algumas fêmeas  formam ninhos comuns e cuidam dos bebês umas das outras, beneficiando as mamães que não são fortes o suficiente para sobreviverem e cuidarem de seus filhotes contra ataques de outros gatos ou predadores. Gatos no ambiente natural, não formam laços, como é o caso dos cães que formam matilhas e não se separam. Gatos mudam frequentemente de lugar como meio de proteção individual.
Já no ambiente doméstico,  os gatos podem conviver por se tolerarem ou podem até desenvolver laços afetivos. Muito vai depender do tipo de socialização pela qual passaram ao se conhecerem, suas personalidades,  seu entendimento territorial e como o humano da casa lida com os conflitos.
Existe uma hierarquia entre dois ou mais gatos convivendo em um ambiente doméstico, mas assim como  essa estrutura pode ser bem estabelecida, também pode variar e haver trocas de grau na hierarquia. Gatos muito próximos em hierarquia, ou que trocam de lugar frequentemente,  sofrem maior ansiedade para manter o status, provocando brigas mais frequentes, por isso precisamos saber observar como eles se comportam quanto ao território que ocupam em nossa casa. Aqui estão algumas dicas de como saber se existe conflito de hierarquia entre seus gatos:
Ø  A posição física deles quando entram em um aposento. Por exemplo: dois gatos entram na sala e um deles caminha até o centro do espaço enquanto o outro caminha pelo perímetro. O gato do perímetro evita contato de visão direto. O gato do centro tem controle do espaço.
Ø  Em um ambiente tenso, os gatos menos ansiosos tendem a terem a hierarquia mais alta. Portanto, o gato que tiver o comportamento menos agressivo é o dominante.
Ø  Os gatos de hierarquia mais alta tendem a fazer posição de agressividade passiva, em vez de entrarem em luta corporal. Outra forma de mostrar maior status é bloquear o caminho do outro até a caixa de areia ou até onde está a comida.
Ø  Muitas vezes os gatos de hierarquia mais alta, mesmo aqueles castrados, montam em seus parceiros, surpreendendo os humanos, mas devemos ter ciência de que este não é um comportamento realmente sexual.
E quando acontece algo que muda completamente  o ambiente dos felinos, como a doença ou morte de um deles,  ou uma mudança de casa?
Então você terá que lidar com os problemas conforme eles surgirem, mas lembre que a melhor maneira de diminuir a tensão é brincar com eles. Se for necessário, usar a terapia do brinquedo individualmente, durante uma ou duas vezes por dia. 

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

A IMPORTÂNCIA DE SABER SE COMUNICAR COM SEU GATO

O Gaspar é fissurado no rabo da Fiona e jura que as mãos das pessoas que ele adotou devem estar sempre com ele: acariciando-o ou simplesmente ali, para ele se abraçar nelas.
A Fiona e eu demoramos um pouco para entender esta necessidade de carinho, que era desconhecido para nós e a maior dificuldade para nós foi traduzir corretamente a maneira com que ele nos comunicava isso: dando mordidas.
Bem, daí que temos mordias e mordidas. Quando quer a minhã mão como companhia ou ferramenta de carinhos, o Gaspar a pega com os dentes e 'morde' um ou mais dedos da minha mão. Só que essa mordida é dada entre o canino e os molares, onde há espaço suficiente para que os dedos fiquem presos, mas não doloridos.
O mesmo acontecia com o rabo da Fiona. Como ela se assustava com o fato do Gaspar fazer menção de morder, ela respondia agressivamente ou fugia dele, até que também conseguiu traduzir corretamente a mordida diferente.
Pets são como bebês humanos, Precisamos entender o que significa cada um dos sons e gestos que fazem e muitas vezes a diferença é tão sutil que não entendemos.
Se você tem um gato 'mordedor', depois de eliminar quaisquer problemas de saúde ou ambientais, se concentre em aprender a linguagem do seu gato para que o relacionamento de vocês seja perfeito.
Lembre sempre: gatos NÃO são traiçoeiros. Eles SEMPRE têm um motivo forte quando agem agressivamente.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

ACEITANDO OUTRO HUMANO NA CASA



Acho que já comentei que a Fiona é tímida e tem medo de humanos. Cada vez que toca o interfone, ela já sabe que deve ser alguém estranho à casa chegando e se esconde embaixo da minha cama ou sob a colcha.
Mês passado meu pai veio morar comigo e a Fiona passou uns 4 dias escondida, comendo somente quando tinha certeza de que ele não estaria por perto. Fiquei triste e preocupada porque ela recém havia se adaptado à presença do Gaspar e agora se recusava a sair de sob a cama. Então decidi pedir ao meu pai que colaborasse para que a presença dele fosse aceita por ela, pois ela não tinha gostado do cheiro dele e dos barulhos diferentes que ele fazia. Ele aceitou e não foram necessários mais do que 2 dias para que ela começasse a confiar no meu pai. Como fizemos isso:
Passo 1 – Avisei a ele que levaria a Fiona para o andar de baixo, onde ele estava, e que passaria com ela, deixando-a ver que ele estava ali. No entanto, ele não deveria olhar para ela. Fui no andar de cima, peguei a Fiona no colo e a levei para baixo, até a cozinha, para que se alimentasse. Ela não recusou comida ou água, mas não usou a caixa de areia porque quando meu pai fez barulho, ela subiu correndo de volta.
Passo 2 – No outro dia, repeti a ‘operação levar Fiona até a cozinha’, mas dei uma parada com ela ainda no meu colo, para falar com meu pai, que deveria olhar somente para mim. Ele fez o que pedi e ela viu que aquela pessoa a respeitava, então além de comer na cozinha, foi até a área de serviço e usou a caixa de areia. Mas subiu correndo de novo, demonstrando medo e se enfiando sob a cama novamente.
Passo 3 – Dei ao meu pai um potinho com snacks, que a Fiona adora, e disse a ele que quando a visse por perto, que não se aproximasse dela, mas que colocasse um snack sob uma superfície entre ele e ela, continuasse sem encará-la e observasse o comportamento dela. Eu não estava em casa quando isso aconteceu e meu pai contou que ela aceitou o snack, fez contato visual com ele e saiu correndo. Mais tarde eu a busquei no quarto, a coloquei na ‘varandinha’ e meu pai sentou no sofá de uma forma que bloqueava a volta dela pela janela, Então eu pedi a ele que colocasse um snack sob o peitoril da janela e chamasse a atenção dela, que subiu no peitoril para comer o snack. Então ela olhou para ele e ficou encarando, como que pedindo outro. Eu disse a ele que podia dar outro snack para ela e, assim, eles foram se comunicando. No entanto, houve o momento pânico e ela acabou se escondendo dele de novo.
Passo 4 – Orientei meu pai para que continuasse a dar snacks para ela de vez em quando, principalmente quando eu não estivesse por perto. Mais tarde, ao chegar em casa, a Fiona já estava confortavelmente se movimentando pela casa, como sempre fazia antes da chegada do meu pai, e inclusive indo até a mão dele e tocando com o focinho para pedir snacks.

Pronto! Eu consegui mais uma adaptação da Fiona, minha gatinha medrosa, com mais um ser vivo. A tendência dela é sempre entrar em pânico e demorar a aceitar novas companhias na casa, mas com jeitinho se consegue mudar um comportamento deste tipo. Por isso eu concordo com os especialistas no assunto: jamais desista de seu felino só porque o comportamento que ele apresenta não é o ideal. A primeira coisa que precisamos fazer é obter a confiança deles, nos comunicarmos dentro da etiqueta felina e eles serão os melhores companheiros que podemos ter.